O que é Linfedema?
O edema linfático ou como é popularmente conhecido, o linfedema, consiste no aumento de volume corpóreo em determinadas regiões do corpo, ocasionado por distúrbios do sistema linfático, um sistema responsável por diversas funções no nosso organismo e principalmente pelo controle dos fluidos que percorrem nossos tecidos.
O linfedema pode ser considerado um sintoma clínico de problemas relacionados ao sistema linfático, que se não tratado adequadamente, pode causar prejuízos severos na região do corpo em que se desenvolve, comprometendo aspectos funcionais, estéticos e até psicológicos do paciente.
Tipos
Os linfedemas podem ser classificados de duas maneiras: linfedema primário ou congênito e linfedema secundário.
Primário ou congênito
O linfedema primário acontece devido a um baixo desenvolvimento do sistema linfático, ou seja, ocorre quando o organismo tem um número reduzido de vasos linfáticos, que não conseguem processar os líquidos teciduais como a linfa.
Geralmente, esse tipo de edema linfático é bastante comum na região das pernas e são mais frequentes em pessoas que possuem histórico familiar de distúrbios linfáticos, podem estar associados a idade e afetam pessoas abaixo dos 35 anos.
Raramente, o inchaço é evidente desde o nascimento, isso porque, durante os primeiros anos de vida, os vasos linfáticos presentes no organismo ainda conseguem processar a quantidade de linfa produzida em um bebê ou criança, mesmo que em menor quantidade.
No entanto, com o passar dos anos, o inchaço costuma aparecer, já que o volume de linfa aumenta e supera a capacidade de drenagem do número reduzido de vasos linfáticos de uma pessoa jovem e adulta.
Linfedema secundário
O linfedema secundário é mais comum do que o primário, respondendo por mais de 95% dos casos. Geralmente, ele ocorre após alguma lesão ou intervenção nos vasos linfáticos que pode ocorrer devido a:
- Inflamações que permitem mais formação de líquidos do que as vias linfáticas conseguem transportar;
- Infecções no sistema linfático como erisipela, que podem se repetir e deixar lesões nos vasos linfáticos;
- Lesões causadas por cirurgias como a mastectomia, nas quais os gânglios linfáticos são removidos das axilas;
- Tumores malignos com acúmulo de células cancerígenas nos gânglios linfáticos;
- Lesões causadas por radiação que levam à aderência das paredes das vias linfáticas.
Principais sintomas
O principal sintoma do linfedema é o inchaço. Em boa parte dos casos o inchaço ocorre nos membros inferiores, sendo mais raro de acontecer nos braços e nas mãos. Além disso, outros sintomas que podemos citar, são:
- Sensação de braços ou pernas pesados;
- Dificuldade em usar anéis, relógios e algumas roupas que ficam apertados devido o inchaço;
- Pele lisa e brilhante;
- Marcas na pele quando pressionada.
Como diagnosticar os linfedemas?
O diagnóstico do linfedema consiste em realizar uma análise clínica por uma consulta feita pelo médico vascular e uma série de exames que confirmam o quadro e direcionam o médico a prescrever o melhor tratamento para a condição. Conheça mais sobre como funciona a análise clínica e cada um desses exames.
Consulta médica:
O cirurgião vascular fará uma avaliação do histórico sobre a saúde em geral e um detalhamento dos sintomas que a pessoa apresenta, seguido de um exame físico geral como medidas da pressão, pulsação, exame do tórax e abdome e específico para as condições circulatórias dos membros e características da pele.
Exames
- Linfocintilografia: é um exame que usa baixas doses de uma substância radioativa, que é injetada e absorvida pelos vasos linfáticos e mostra o fluxo da linfa no membro avaliado;
- Ressonância magnética: através de ondas em campos magnéticos, determina as características do linfedema nos tecidos mais internos do corpo humano;
- Tomografia computadorizada: de maneira similar a ressonância, determina alterações em tecidos mais internos, só que usando uma série de imagens seriadas obtidas por Raio X.
- Doppler ultrassom: exame que utiliza ondas sonoras de alta frequência através da tecnologia Doppler para mostrar em monitores, o fluxo sanguíneo nos vasos (artérias e veias) em tempo real, eliminando outras causas de edema, como a presença de obstrução de veias por trombo ou presença de varizes.
- Linfografia: é um exame onde se injeta um contraste visível ao Raio X diretamente nos vasos linfáticos, mas é um exame invasivo de difícil execução e bem menos usado.
Tratamento do linfedema
O tratamento para o linfedema pode ser variado, mas pretende reduzir o inchaço causado pela condição e deve ser prescrito pelo médico e realizado com orientação de um fisioterapeuta. Em geral, as principais formas de tratar a condição, são:
- Drenagem linfática manual
- Exercícios para os membros
- Faixas ou meias de compressão
- Cuidados com a pele
O que o paciente pode fazer para ajudar no tratamento?
- Evite usar muito o braço ou perna do lado afetado..
- Observar atentamente seu corpo na frente de um espelho, comparando ambos os lados do seu corpo e procurando alterações no tamanho, forma ou cor da pele. Se notar qualquer um desses sinais informe seu médico.
- Cuidar da sua pele para evitar o risco de infecção, sempre utilizando protetor solar com FPS de pelo menos 30 e evitando a exposição aos raios ultravioleta (UV) entre às 10 e 16h.
- Certifica-se que as roupas de compressão se encaixam adequadamente e que sejam usadas corretamente, para não piorar o linfedema.
- Se o seu braço começar a doer, deite-se e levante-o acima do nível do seu coração.
Prevenção de linfedema
- Evitar banhos de vapor e saunas.
- Não usar roupas muito apertadas
- Evitar andar descalço fora de casa
- Manter a pele saudável, hidratando-a todos os dias.
- Usar calçados confortáveis
- Levantar o membro afetado acima do nível do coração sempre que possível.