A oclusão arterial aguda é uma emergência médica que ocorre quando há uma interrupção súbita no fluxo sanguíneo de uma artéria. Esse bloqueio abrupto impede que o sangue, e, portanto, o oxigênio, chegue aos tecidos irrigados por essa artéria, o que pode levar a danos permanentes, incluindo a perda da função e até mesmo a necrose do tecido afetado. 

Essa condição é mais comum nos membros inferiores e pode ser causada por fatores como embolia, trombose e, em alguns casos, traumas diretos na artéria. A oclusão arterial aguda requer um diagnóstico rápido e tratamento imediato para preservar o tecido e evitar complicações mais graves.

Causas da oclusão arterial aguda

A oclusão arterial aguda geralmente resulta de uma embolia ou trombose, mas também pode ocorrer em decorrência de traumas. Em casos de embolia, um coágulo de sangue ou fragmento de gordura desprende-se de outra parte do corpo (frequentemente do coração) e viaja pela corrente sanguínea até obstruir uma artéria menor. 

Já na trombose, a formação de um coágulo ocorre diretamente na parede interna da artéria, geralmente em locais onde há estreitamento ou irregularidade causada por aterosclerose.

Traumas que rompem ou comprimem uma artéria também podem resultar em oclusão arterial. Lesões ortopédicas, como fraturas ou luxações, especialmente em áreas próximas às artérias, podem causar essa interrupção no fluxo sanguíneo. 

Em alguns casos, complicações em procedimentos médicos, como cirurgias, podem lesionar as artérias e resultar na formação de coágulos.

Sintomas da oclusão arterial aguda

Os sintomas da oclusão arterial aguda são intensos e aparecem subitamente. São classificados pelos “6 Ps”, que se referem aos sintomas característicos dessa condição:

• Dor: a dor é frequentemente súbita, intensa e localizada. No caso de uma obstrução em um membro, como a perna, a dor tende a ser excruciante e persistente.
• Parestesia: a sensação de formigamento e dormência no local onde houve a interrupção do fluxo sanguíneo é um dos primeiros sinais.
• Palidez: a área afetada pode ficar pálida ou até acinzentada devido à falta de oxigenação no tecido.
• Frialdade (poiquilotermia): a interrupção da circulação leva à redução da temperatura no membro afetado.
• Ausência de pulso: o pulso na artéria afetada geralmente se torna imperceptível.
• Paralisia: Em casos mais graves, a área afetada pode sofrer paralisia devido à falta de oxigênio nos músculos e nervos.

Diagnóstico da oclusão arterial aguda

O diagnóstico precoce é essencial e envolve a avaliação clínica e exames de imagem. Em consultório ou no pronto-socorro, o médico irá avaliar os sinais e sintomas do paciente, buscando identificar os “6 Ps” e a ausência de pulso. Exames complementares, como o ultrassom Doppler, são realizados para verificar o fluxo sanguíneo e identificar o ponto exato de obstrução.

Em alguns casos, a arteriografia, exame no qual é injetado um contraste para que a circulação arterial seja visualizada, pode ser necessária para detalhar a localização e a extensão da oclusão. Esse exame fornece uma visão clara da área obstruída, auxiliando o médico a determinar o melhor tratamento.

Tratamento da oclusão arterial aguda

O tratamento da oclusão arterial aguda depende da causa e da localização da obstrução. O objetivo principal é restabelecer o fluxo sanguíneo o mais rapidamente possível para evitar danos aos tecidos. Existem algumas abordagens comuns:

• Tratamento medicamentoso: em alguns casos, especialmente em obstruções menores ou mais recentes, medicamentos anticoagulantes e trombolíticos podem ser administrados para dissolver o coágulo. No entanto, essa abordagem exige monitoramento rigoroso, pois esses medicamentos aumentam o risco de sangramento.
• Procedimento cirúrgico: quando o bloqueio é grande ou os medicamentos não conseguem dissolver o coágulo, pode ser necessário realizar um procedimento de embolectomia ou trombectomia, em que o coágulo é removido cirurgicamente. Outro procedimento possível é a angioplastia com colocação de stent, em que um balão é inflado na artéria para desobstruí-la e um stent é inserido para mantê-la aberta.
• Terapia endovascular: esse procedimento é menos invasivo e pode incluir a injeção de medicamentos trombolíticos diretamente no local da oclusão ou o uso de dispositivos para aspirar o coágulo. A escolha do método depende da condição geral do paciente e da extensão da oclusão.
• Cuidados pós-tratamento e prevenção: após o tratamento, o acompanhamento é fundamental para evitar a formação de novos coágulos e promover a recuperação do tecido afetado. A adoção de um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada, controle do colesterol, e prática regular de exercícios físicos, é essencial para prevenir a ocorrência de novas obstruções arteriais.

Complicações da oclusão arterial aguda

A falta de tratamento rápido pode levar a complicações graves, como a síndrome compartimental, na qual o aumento da pressão nos músculos impede ainda mais a circulação sanguínea. 

Além disso, em casos severos, a necrose do tecido pode ocorrer, levando à necessidade de amputação do membro afetado. Outras complicações incluem infecções, formação de úlceras e, em alguns casos, falência de órgãos.

Quando procurar ajuda?

A oclusão arterial aguda é uma emergência e, ao observar sintomas como dor intensa e repentina em um membro, ausência de pulso, palidez ou frialdade na área, é crucial procurar atendimento médico imediatamente. É importante que o paciente seja avaliado por um médico vascular com experiência no diagnóstico e tratamento dessa condição. A rapidez no atendimento pode fazer a diferença entre salvar o tecido afetado ou sofrer danos permanentes.

A oclusão arterial aguda é uma condição séria que requer intervenção médica imediata. Com a identificação precoce dos sintomas e um tratamento eficaz, é possível minimizar os danos e preservar a função dos tecidos afetados. 

Caso o paciente tenha fatores de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, ou histórico de aterosclerose, é recomendável realizar check-ups regulares com o vascular para monitoramento e prevenção de complicações arteriais. 

O tratamento da oclusão arterial aguda pode envolver diferentes abordagens, sendo fundamental a orientação médica para a escolha mais adequada e segura.